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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Major Vidigal:
O Capoeirista Vilão.


Miguel Nunes Vidigal, filho de Manuel Nunes Vidigal e Paula do Nascimento, nasceu no Rio de Janeiro em 1754 e faleceu na mesma cidade, em 10/06/1843. Iniciou sua carreira militar alistando-se, com 16 anos, no Regimento de Cavalaria de Milícias. Foi promovido a alferes em dezembro de 1782, a tenente em dezembro de 1784, a capitão em 20 de outubro de 1790, a sargento-mor em 18 de março de 1797, a tenente-coronel em 24 de junho de 1808, a coronel em 26 de outubro daquele mesmo ano, nomeado 2° Comandante da Guarda Real da Polícia da Corte (criada por D. João VI, no período da regência no Brasil), a brigadeiro graduado em 10 de março de 1822 e a brigadeiro em 12 de outubro de 1824 com o hábito de Cavaleiro Imperial da Ordem do Cruzeiro.Em 1791, era capitão da 1ª companhia do esquadrão de Cavalaria, responsável pela guarda do Conde de Resende, Vice-Rei do Brasil. O major Vidigal foi descrito como "um homem alto, gordo, do calibre de um granadeiro, moleirão, de fala abemolada, mas um capoeira habilidoso, de um sangue-frio e de uma agilidade a toda prova, respeitado pelos mais temíveis capangas de sua época

Major Vidigal passou a perceguir implacavelmente os candomblés, as rodas de samba e especialmente os capoeiras, “para quem reservava um tratamento especial, uma espécie de surras e torturas a que chamava de Ceia dos Camarões”, gerando, ainda, um maior desconforto no meio destes, aumentando significativamente a eficiência das perceguições, pois, ironicamente, ele era um capoeirista de grande destaque e conhecia as "manhas" e os "macetes" utilizados pelos negros fugitivos.
O escritor Manuel Antônio de Almeida, autor de "Memórias de um Sargento de Milícias", faz, nesta obra, várias referências às crueldades perpetradas pelo Major Vidigal, que acabou se tornando um ícone da perseguição aos negros naquele período da História.

Esse artigo é fruto de pesquisas na coleção Artes Marciais, módulo Capoeira - Arte Marcial Brasileira e nas páginas:http://censoarchivos.mcu.es/CensoGuia/fondoDetail.htm?id=561674 e
OS PAIS DA CAPOEIRA

MESTRE PASTINHA:
Nascido em 05 de abril de 1889, em Salvador, Bahia, e falecido em 13 de novembro de 1981, na mesma cidade, Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, mundialmente conhecido como Mestre Pastinha, eternizou-se por ser um dos grandes baluartes da Capoeira Angola.
Filho do espanhol José Señor Pastinha e da baiana Eugênia Maria de Carvalho, iniciou-se na Capoeira aos 8 anos de idade, através de um africano de nome Benedito, que ficou conhecido posteriormente como Mestre Benedito.
Conta-se que Mestre Pastinha era constantemente agredido por um garoto mais velho e mais forte, que merava nas redondezas. Um dia, Mestre Benedito, ao vê-lo ser novamente agredido, convidou-o para ir a sua casa "aprender umas coisinhas". O garoto mais velho, em seu encontro seguinte, foi derrotado por Pastinha rapidamente, e acabou tornando-se seu admirador.
Mestre Pastinha teve uma vida modesta, mas feliz. Recebia aulas de pintura no Liceu de Artes e Ofício, em Salvador, pela manhã, e, à tarde empinava pipas e praticava Capoeira. Continuou treinando com Mestre Benedito por mais três anos.
Algum tempo mais tarde, alistou-se na Marinha, por desejo de seu pai, que não aprovava seus treinos de Capoeira, prática proscrita à época. Embora tenha satisfeito o desejo de seu pai, sua paixão pela arte foi maior, e, assim continuou treinando e ensinando Capoeira aos seus colegas na escola militar. Após oito anos, deixou a Marinha para dedicar-se profissionalmente à pintura, continuando a prática de Capoeira nas horas vagas, secretamente, pois a proibição do jogo permanecia vigente.
Sua primeira academia ficava no Largo do São Francisco, na Rua do Meio do Terreiro, em Salvador.
Em 1941, a convite de Aberrê, um ex-aluno seu, Pastinha compareceu a uma roda, no Bairro da Liberdade, onde os melhores mestres de Capoeira costumavam encontrar-se aos domingos. Aberrê já era famoso nessas rodas e Mestre Pastinha passou ali à tarde. Ao final do encontro, um dos maiores mestres da Bahia, Amorzinho, pediu a Pastinha que tomasse a frente no ensino de Capoeira Angola.
O resultado desse encontro foi a fundação, em 1942, da primeira academia dessa modalidade, o Centro Esportivo de Capoeira Angola, localizado no Pelourinho, também m Salvador. O uniforme adotato, que persiste até os dias de hoje entre jogadores de Capoeira Angola, foi a camisa amarela e a calça preta, as mesmas cores do time de futebol do coração do mestre, o Ypiranga Futebol Clube.

Em 1966, Mestre Pastinha participou, com a delegação brasileira, do "Primeiro Festival Internacional de Artes Negras", em Dakar, no Senegal, levando consigo Camafeu de Oxóssi, Mestre Roberto Satanás, Mestre Gildo Alfinete, Mestre João Grande e Mestre Gato Preto, como mostra a foto (seguindo a ordem da esquerda p/ direita, sendo o último, o próprio Mestre Pastinha).


Em diferentes épocas de sua vida, Mestre Pastinha trabalhou como engraxate, alfaiate, garimpeiro, "leão-de-chácara" em um cassino e operário da construção civil no porto de Salvador, para poder sobreviver enquanto fazia o que mais amava na vida: ser "angoleiro".
Lamentavelmente, não houve final feliz para a academia de Mestre Pastinha. Velho, doente e quase completamente cego, foi obrigado pelo governo a desocupar o prédio onde esta funcionava, sob alegação de realização de reparos estruturais. Porém, o imóvel jamais retornou ao Mestre, tendo se transformado em um restaurante e espaço de lazer.
Mestre Pastinha realizou seu último jogo de Capoeira em 12 de abril de 1981, tendo morrido em 13 de novembro do mesmo ano, aos 92 anos de idade. Nos seus últimos dias, embora pobre, vivendo no Abrigo D. Pedro II, em Salvador e amargurado pelo tratamento a ele dispensado pelo governo, nunca se arrependeu de ter dedicado toda a sua vida à Capoeira Angola. Seu nome entrou para a história como pai e protetor desta modalidade, sendo conhecido mundialmente pelos praticantes e admiradores do esporte.
O Dr. C. Daniel Dawson, professor e pesquisador americano, especialista em assuntos relacionados à África, à sua cultura e à sua influência em outros países, escreveria sobre Mestre Pastinha:
"Pastinha era um capoeirista brilhante, cujo jogo era caracterizado pela agilidade,pela rapidez e pela inteligência (...). Pastinha desejava que seus estudantes compreendessem a prática, a filosofia e a tradição da Capoeira Angola pura. Como ele dizia, 'eu pratico a verdadeira Capoeira Angola e, na minha escola, eles aprendem a ser sinceros e justos. Essa é a lei da Angola. Eu herdei isso do meu avô. É a lei da lealdade. É a Capoeira Angola que eu aprendi, eu não mudei isso na minha escola. O bom capoeirista deve saber cantar, jogar Capoeira e tocar os instrumentos da Capoeira'".
 Esse artigo foi retirado da coleção Artes Marciais, módulo Capoeira - Arte Marcial Brasileira, sendo que as imagens foram retiradas da Internet.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Os Pais da Capoeira

MESTRE BIMBA:
Manuel dos Reis Machado nasceu em 23 de novembro de 1889, filho de Maria Martinha do Bonfim e Luiz Cândido Machado, no bairro do Engenho Velho, em Salvador, Bahia. Seu apelido, que viria a ser o nome pelo qual se tornou legendário, nasceu de uma aposta entre sua mãe e sua parteira; a primeira dizia que a criança seria menina, e a segunda, menino. Ao término do parto, a parteira exclamou "é um menino, olha só a 'bimba'". "Bimba", na gíria local significa pênis.

Mestre Bimba começou a aprender capoeira aos 12 anos, com um capitão da Companhia Baiana de Navegação (que ficava na Estrada das Boiadas - atual bairro da Liberdade, em Salvador) chamado Bentinho, embora, naqueles dias, o jogo ainda era perseguido pelas autoridades. Ele seria, posteriormente, conhecido como um dos legendários pais da capoeira, sendo o outro Mestre Pastinha, pai da Capoeira Angola.

Aos 18 anos, Bimba começou a achar que a capoeira estava perdendo sua eficiência como arte marcial e instrumento de resistência, tornando-se uma mera atividade folclórica, reduzida a nove movimentos. Começou, então, a resgatar movimentos da Capoeira original, adicionando movimentos de outra luta africana, denominada "Batuque" (um tipo de arte marcial um tanto violento, caracterizado pelas quedas, que aprendera com seu pai, campeão da modalidade), além de introduzir movimentos de sua própria criação. Começava o desenvolvimentoda Capoeira Regional.

Em 9 de julho de 1937, Mestre Bimba obteve da Secretaria da Educação, Saúde e Assistência Pública (órgão competente à época) o certificado de registro de sua academia, o Centro de Cultura Física e Luta Regional, no Engenho de Brotas, em Salvador. Devido à grande discriminação que ainda sofria esta arte por parte da sociedade brasileira, Mestre Bimba tomou o cuidado de excluir o termo "Capoeira" do nome da academia. A partir daí, a Capoeira sairia das ruas e passaria a ser praticada nas academias.
Nas palavras do próprio mestre, pode-se perceber a imagem desta perante a sociedade, nos tempos em que era proibida:
"Naquele tempo, a Capoeira era coisa para carroceiro, trapicheiro, estivador e malandro. Eu era estivador, mas fui um pouco de tudo. A polícia perceguia um capoeirista como se percegue um cão danado. Imagine só que um dos castigos que davam a capoeiristas que fossem presos brigando era amarrar um punho num rabo de cavalo e o outro em cavalo paralelo; os dois cavalos eram soltos e postos a correr em disparada até o quartel. Comentavam até, por brincadeira, que era melhor brigar perto do quartel, pois houve muitos casos de morte. O indivíduo não aguentava ser arrastado em disparada pelo chão, e morria antes de chegar ao seu destino: o quartelde polícia".
Objetivando acabar com a reputação de briga de rua praticada por malandros e desocupados, que tinha a Capoeira aquela época, Mestre Bimba criou novos padrões associados a esta arte. Seus alunos, a partir de então, seriam obrigados a usar uniforme branco e limpo, ter boas notas na escola, apresentar-se com postura decente, etc... Como resultado, médicos, advogados, políticos, entre outras pessoas das classes mais abastadas, bem como as mulheres, que até então eram excluídas das rodas, começaram a frequentar a academia, garantindo a Bimba um maior apoio.
Em 1942, Mestre Bimba abriu sua segunda escola, no Terreiro de Jesus - Rua das Laranjeiras, atual Rua Francisco Muniz Barreto. Deu aulas de Capoeira também no Exército e na Academia da Polícia Militar.
Em dezembro de 1948, Mestre Bimba, acompanhado de alguns de seus alunos de maior destaque, já formados e mestres da arte, foi a Sãõ Paulo com o intuito de ali divulgar o que ficaria posteriormente conhecido como a luta genuinamente brasileira. Os "meninos de Bimba" fizeram duas apresentações, em fevereiro e duas em março de 1949, realizando encontros de "vale-tudo" com os melhores lutadores paulistas da modalidade. Seguiram, então, para o Rio de Janeiro, enfrentando lutadores locais. Todas as apresentações, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, tiveram um sucesso estrondoso.
Em 1953, Mestre Bimba e seus alunos realizaram uma exibição no Palácio do Governo, em Salvador, a convite do então governo da Bahia, Juracy Magalhães, tendo também por espectador o Presidente da República à época, Getúlio Vargas. A partir desta apresentação, que se tornaria famosa, a Capoeira passou a ser menos discriminada e mais valorizada, tendo maior acesso à divulgação, com exibições em clubes, escolas e teatros, e também tendo apoio dos políticos, dos intelectuais, artistas e do povo em geral. Entretanto, o capoeirista, individualmente, continuou sofrendo preconceitos, até meados da década de 1960.




Em 1973, descontente com algumas falsas promessas e com a falta de suporte por parte das autoridades baianas, mudou-se para Goiânia, capital de Goiás, a convite de um ex-aluno seu. Veio a falecer um ano depois, em 15 de fevereiro de 1974, no Hospital das Clínicas de Goiânia, devido a um derrame.

Mestre Bimba consegui recuperar os valores originais da Capoeira, utilizados entre negros séculos antes. Para ele, na Capoeira, a competição deve ser permanentemente evitada, por ser esta uma "luta de cooperação", na qual o jogador mais forte é sempre responsável pelo mais fraco, ajudando-o a incrementar suas técnicas de combate. O mestre lutou a vida toda por suas convicções, com sucesso. Após sua morte, um de seus filhos, Mestre Nenel (Manuel Nascimento Machado), assumiu sua academia, sendo, atualmente, responsável pelo notável legado cultural e histórico deixado por seu pai, e presidente do grupo de Capoeira "Filhos de Bimba".
Durante sua vida, Bimba trabalhou como carvoreiro, carpinteiro, estivador, tratador de cavalos, mas nunca deixou de praticar a Capoeira, sua ocupação principal. É considerado "o pai da Capoeira Moderna".

Esse artigo foi retirado da Coleção Artes Marciais, módulo Capoeira.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A LUTA E A MALÍCIA

*A LUTA:
A Capoeira é uma luta de defesa e ataque em que os praticantes usam pés e a cabeça, sendo as mãos de menor uso, mas nunca de menor importância, tanto para o ataque como para a defesa. Os Europeus acostumados a lutar com as mãos não tinham a menor chance contra os negros e perdiam fácil. Os senhores de engenhos proibiram então a prática dessa luta entre os escravos, sofrendo pressão da polícia Imperial e Milícia Republicana. Os negros porém acharam a Capoeira colocando mímicas e danças acompanhadas de músicas. Quando o feitor passava pelos negros "Brincando de Capoeira", batia palmas, apreciava, achava bonito, sem saber que eles estavam praticando a já proibida capoeira. Assim disfarçada em divertimento a capoeira sobreviveu até os dias de hoje.

* A MALÍCIA:
Elemento básico da capoeira, a malícia a torna ainda mais completa. Essa malandragem que faz que vai e não vai, retira-se e volta rapidamente, essa ginga de corpo que engana o adversário, faz o diferencial da capoeira em relação às outras artes marciais. Essa é uma característica que não se aprende apenas em treinamentos.


Esse artigo foi retirado de um texto cedido pelo Professor Juninho.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O Surgimento da Capoeira

Na triste fase da História em que a África foi fornecedora involuntária de mão-de-obra escrava, o Brasil destacou-se por ser o país que mais a utilizou, chegando a deter 42% de todos os indivíduos arrebatados naquele continente.
Dentre os diversos povos africanos escravizados, os mais "comercializados" no Brasil eram do grupo Sudanês, composto pelos povos de Iorubá e Daomé, do grupo do Guineo - Sudanês, dos povos Malesi e Hausa, e o grupo Banto, composto pelos Kongos, Kimbundos e Kasanjes, de Angola, Congo e Moçambique, respectivamente. Cada um desses grupos trazia consigo um pouco de sua cultura, mesclando-a com a de nosso país, que também estava em fase de formação.
O surgimento da capoeira no Brasil foi devido às condições em que os escravos eram obrigados a viver (principalmente nos engenhos de açúcar do Nordeste), condições que muitas vezes os levavam a morte, devido aos maus tratos, agressões e mínimas condições de saúde, higiene e parca alimentação.



Aqueles que ainda tinham força e vislumbravam alguma oportunidade, tentavam a fuga e consequentemente eram perseguidos pelos "capitães do mato", especializados em recuperar escravo fugitivos.A forma encontrada pelos cativos para reagir a toda essa opressão foi o desenvolvimento de uma técnica de luta em defesa contra os agressores.



Nessa época a capoeira ainda nem tinha nome, e este só foi dado, segundo teorias, devido os locais de abrigo noturno que os escravos treinavam, assim como os campos adjacentes, conhecidos como "capoeira" ou "capoeirão".
A Capoeira é a única modalidade de luta marcial que se faz acompanhada de instrumentos musicais. Isso deve-se basicamente às suas origens entre escravos, que dessa forma disfarçavam a prática da luta numa espécie de dança, enganando os senhores de engenhos e capitães do mato, afinal, toda e qualquer tentativa que os cativos tivessem de aprender ou treinar qualquer espécie de luta era imediatamente reprimida, por motivos óbvios.

Esse artigo foi uma mistura de textos da revista da coleção: Artes Marciais; módulo Capoeira e de um texto fornecido pelo Professor Juninho.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dicionário da Capoeira


  A
Abadá - s. m. 1. Camisolão folgado e comprido usado pelos nagôs, semelhante ao traje nacional da Nigéria (Aurélio). Waldeloir Rego diz: "No Cais do Porto sempre estiveram os mais famosos capoeiras, mas a roupa usual, na sua atividade de trabalho, era calça comum, com bainha arregaçada, pés descalços e camisa tipo abadá, feita de saco de açúcar ou farinha do reino, e nas horas de folga do trabalho, assim se divertiam jogando sua capoeira.
Abalá - v. Corruptela de abalar (v.) Origem controvertida. José Leite de Vasconcelos ("Etimologias Portuguêsas", in Revista Lusitana, v.II., p.267), em parecer aceito por José Pedro Machado (Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa), propõe o latim hipotético "advalare" (ad vallen), na idéia de "ir para baixo", e depois, por generalização do significado, "pôr-se em movimento", etc.
Abará - [Do ioruba] s. m. Pequeno bolo de feijão, ralado sem a casca, condimentado e cozinhado em banho-maria envolvido em folhas de bananeira.
Afoxé - s. m. Procissão ritual de um candomblé, que durante o Carnaval vai se misturar com a festa popular.
Agogô - s. m. instrumento de música religiosa, composto de dois sininhos metálicos desiguais, que se bate com uma varinha igualmente de metal.
"Alfinete" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) s. m. faca, estoque.
"Alto da sinagoga" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) s. m. rosto, cabeça.
Angola - s. f. 1. Nome de um país africano. José Matias Salgado diz que o nome primitivo era Ndoango, que os portugueses fizeram Dongo ou Ndongo como registra Quintão, traduzido por canoa grande. Na língua bunda esta palavra dongo significa um tipo de embarcação, a canoa, toda construída de um só pau; sendo muito semelhante à figura do reino de Angola, deram-lhe os antigos o nome de Dongo, que parece bem apropriado. O nome atual de Angola foi dado pelos portugueses, pelo fato de os reis ou sobas da região serem chamados Ngola, daí a origem do topônimo Angola. 2. Designa a capoeira chamada Angola, em oposição àquela chamada Regional. 3. Designa um dos toques de berimbau para o jogo de capoeira.
Angolêro - adj. m. Corruptela de angoleiro, derivado de Angola. Designa o jogador da capoeira chamada Angola.
Anum - s. m. Pássaro preto do gênero Crotophaga, Linneu. É um pássaro popularíssimo no nordeste do Brasil, que a imaginação popular associa ao negro, de maneira jocosa. Assim, quando um negro tem os lábios muito grossos, diz-se que tem bico de anum. O termo vem do tupi anu, vulto preto, indivíduo negro.
Aquinderreis - interj. Corruptela de aqui d'el-Rei. É uma oração elíptica, onde falta o verbo acudam, que formaria acudam aqui d'el-Rei. Era a maneira de se pedir socorro antigamente, por se entender el-Rei o único capaz de socorrer e dar proteção armada a alguém.
Armada - s. f. Golpe do jogo de Capoeira.
"Arriar" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) v. deixar de jogar capoeira.
Aruandê - s. m. Trata-se do vocábulo Luanda, acompanhado de um a protético, seguido da troca do l pelo r na referida palavra e um ê exclamativo. Daí a composição a+Luanda+ê.
Axé - s. m. 1. Cada um dos objetos sagrados do orixá - pedras, ferros, recipientes, etc. - que ficam no peji das casas de candomblé. 2. Alicerce mágico da casa do candomblé. 3. Axé designa em nagô a força invisível, a força mágico-sagrada de toda divindade, de todo ser animado, de todas as coisas. Corresponde, grosso modo, à noção tão cara aos antropólogos, de mana. É a força sagrada, divina, que todavia não pode existir fora dos objetos concretos em que se encontra, de tal modo que a erva que cura é axé, e que o alimento dos sacrifícios é também axé.


 
     B
Babá - s. m. Termo ioruba, significa pai. Pai ou ancestral, no culto ioruba. Pai-de-santo.
Bahia - s. f. Nome com que se designa um acidente geográfico e um Estado da federação do Brasil. O acidente geográfico é a Bahia de Todos os Santos, que recebeu esse nome de seu descobridor, o Capitão-mor Cristóvão Jacques, que, encontrando-se diante de uma larga e ampla enseada, denominou-a baía. Como a descoberta foi no dia 1o. de novembro de 1526, dia em que a Igreja festeja todos os santos, então o acidente passou a se chamar Bahia de Todos os Santos, estendendo-se a denominação ao Estado da federação.
Bamba - [Do quimbundo mbamba.] s. m. 1. Valentão. O exímio capoeirista. 2. Pessoa que é autoridade em determinado assunto.
Banto - [Do cafre ba-ntu, homem, pessoa] s. m. Indivíduo dos bantos, povo negro da África Central ao qual pertenciam, entre outros, os negros escravos chamados no Brasil angolas, cabindas, benguelas, congos, moçambiques. Banto é família lingüística e não etnográfica ou antropológica. Inclui duzentas e setenta e quatro línguas e dialetos aparentados.
Banzo - s. m. Nostalgia mortal dos negros da África: "Uma moléstia estranha, que é a saudade da pátria, uma espécie de loucura nostálgica ou suicídio forçado, o banzo, dizima-os pela inanição e fastio, ou os torna apáticos e idiotas." (João Ribeiro, História do Brasil, p.207)
Bará - [Do nagô] s. m. É uma qualidade de Exu, deus nagô, mensageiro entre os demais deuses e os humanos. Etnograficamente falando, Bará é chamado todo Exu de caráter pessoal ou privado. Assim, cada deus tem o seu Exu ou escravo, como também se diz, de caráter privado, que se chama Bará, daí ouvir-se falar em Bará de Oxossi, Bará de Oxalá, Bará de Ogum e assim por diante. O mesmo acontece com o eledá (Deus guardião da pessoa) de cada indivíduo, que também tem o seu Bará. Todo Bará leva um nome que o distingue dos demais e se identifica com seu dono.
Baraúna - s. f. Designa uma árvore de grande porte, Melanoxylon barauna, Schot. É termo tupi de ybirá-una, a madeira preta.
Barravento - s. m. 1. O mesmo que barlavento. Termo de origem ainda incerta. É termo náutico já registrado pelo Barão de Angra, com o significado de "lado donde sopra o vento". 2. Designa também o ato de uma pessoa perder o equilíbrio do corpo, como se sentisse uma ligeira tontura. 3. Nome que se dá a um toque litúrgico, nos candomblés de nação Angola, assim como aos cambaleios que dá qualquer pessoa antes de ser totalmente possuída pelo orixá dono de sua cabeça.
Barro Vermelho - s. m. Topônimo designativo de um lugarejo existente na ilha de Itaparica, na Bahia.
Batuque - s. m. 1. Designação comum às danças negras acompanhadas por instrumentos de percussão. 2. Luta popular, de origem africana, também chamada de batuque-boi; muito praticada nos municípios de Cachoeira e de Santo Amaro, e na capital da Bahia.
Bênção - s. f. Golpe contundente, ou apenas desequilibrante, do jogo de Capoeira. Um dos movimentos básicos.
Benguela - (topônimo) s. m. Corruptela de banguela ou banguelo. Pessoa sem dentes; sem os incisivos. Encontra-se o vocábulo em algumas "cantigas de escárnio".
Besôro - s. m. 1. Corruptela de besouro. A maioria dos lingüistas considera desconhecida a origem do termo. Designação comum aos insetos coleópteros. 2. Na capoeira, geralmente é nome próprio personativo, designando o capoeirista Manuel Henrique, conhecido como Besouro Cordão de Ouro, ou Besouro Mangangá, um dos heróis míticos da capoeira.
Biriba - s. f. É a madeira mais comumente usada para se confeccionar a verga do berimbau.
Boca-de-calça - s. f. Golpe desequilibrante do jogo de Capoeira. O capoeirista, aproveitando-se de um descuido do adversário, segura-lhe a bainha das calças ou mesmo as pernas na altura dos calcanhares, puxando-o em sua direção, para derrubá-lo para trás.
Burumbumba - s. m. Uma das denominações do berimbau, registrada por Fernando Ortiz, que tem trabalhos extraordinários sobre a etnografia afro-cubana. Ortiz fornece-nos uma informação valiosa: a do uso do berimbau nas práticas religiosas afro-cubanas, coisa que não se tem notícia de outrora se fazer no Brasil, e nem tampouco em nossos dias, a não ser nas práticas religiosas de após o último Concílio Ecumênico, com o surgimento de missas regionais, como a conhecida pelo nome de Missa do Morro e outras, onde o berimbau, juntamente com outros instrumentos africanos, tem papel importante.


 
     C
Cabaça - s. f. (Cucurbita lagenaria, Linneu) É uma planta rampante. De uso múltiplo e secular entre os utensílios domésticos, herdados da indiaria. Usa-se na construção do berimbau.
Cabôco - s. m. Corruptela de caboclo, de origem ainda controversa. Significa o nascido de pai indígena e mãe africana e, de um modo geral, designa o indígena do Brasil e da América.
Cabra - Além de ser designativo de um animal, é também o do mulato escuro e do indivíduo agressivo e de mau caráter.
Cabula - s. m. Nome de um bairro de Salvador. Termo de origem ainda desconhecida. Esse bairro foi refúgio de negros africanos e até hoje está lá a marca de suas presenças, com os inúmeros candomblés, sobretudo os de nação Angola, que possuem um toque chamado cabula, daí a provável origem do nome do bairro.
Calunga - s. f. 1. Divindade secundária do culto banto. Deusa do mar e também dos cemitérios (Angola); 2. O fetiche dessa divindade; 3. Boneca levada na procissão dos Maracatu.
Camará - s. m. Corruptela de camarada, do espanhol, "grupo de soldados que duermen y comen juntos" e este do latim vulgar cammara. No linguajar da capoeira, aparece com a acepção pura e simples de companheiro.
Camboatá - s. m. Designa uma qualidade de peixe pequeno, que vive em água doce. Teodoro Sampaio deriva de caabo-oatá, o que anda pelo mato. Não obstante ser popular a forma camboatá, há as alterações cambotá, camuatá e tamoatá.
Candomblé - s. m. Termo de origem ainda desconhecida. Designa a religião que os africanos trouxeram para o Brasil. Sua maior área de expansão é na Bahia e é designação mais específica da religião dos povos nagôs. Existiu no Brasil uma dança chamada candombe, muito comum nos países da região do Prata. Como quase todos os folguedos dos negros, essa dança esteve sempre na mira policial. Os candombes eram feitos em casa, em recinto fechado, não obstante saírem às ruas nos dias propícios. Era um folguedo profano, com interligações religiosas com o candomblé, como é o afoxé.
Cão - s. m. Do latim canes. Em geral, aparece nas cantigas de capoeira com a acepção de demônio.
Ca ô cabiesi - Corruptela de Ka wo ká biyè sì, expressão com que os povos nagôs saúdam Xangô, deus do fogo e do trovão e que, segundo Johnson, foi o quarto rei lendário de Oyó, capital dos povos iorubás.
Capadócio - s. m. 1. De, pertencente ou relativo à Capadócia (Ásia Menor). 2. Que tem maneiras acanalhadas. 3. Impostor, trapaceiro, parlapatão. Era como alguns cronistas se referiam aos capoeiras, até começos do século XX.
Capitão-do-mato - s. m. Bras. Indivíduo que se dedicava à captura dos escravos fugidos. "Capitães-do-mato, assim se chamavam os caçadores de negros, aos quais a lei em regulamentos especiais concedia poderes discricionários contra aquelas miseráveis criaturas que fugiam ao jugo da escravidão." (João Ribeiro, História do Brasil.)
"Carrapeta" - s. m. Pequeno esperto e audacioso que brama desafiando os inimigos.
Casa-Grande - s. f. Construção que servia de habitação aos senhores de engenho, no Brasil colonial.
Cativo - adj. Que não goza de liberdade; escravo.
Ceia dos camarões - O temido Major Vidigal instituiu uma seção de torturas para os capoeiristas, ironicamente chamada "Ceia dos Camarões". Curiosamente, Vidigal também era um capoeirista habilidoso.
Chamada - s. f. Um dos rituais da capoeira tradicional. As chamadas, também conhecidas como "passagens", erroneamente interpretadas como simples momentos de descanso durante o jogo, constituem um momento de extremo perigo; fazem parte dos rituais da capoeira tradicional, e visam a despertar a malícia dos seus praticantes. Quando for chamado, aproxime-se com bastante cautela, pois, dentro das normas da capoeiragem, o capoeirista que chama poderá aplicar o golpe que desejar, caso o outro aproxime-se sem o devido cuidado.
Chibata - s. f. 1. Vara delgada para fustigar; junco. 2. P. ext., chicote: cordel entrançado ou correia de couro, ligada ou não a um cabo de madeira, ordinariamente para castigar animais (ou escravos...)
Cocorocô - Voz onomatopaica emitida pelos galos.


 
     D
Dendê - s. m. Planta da família das palmáceas (Elaesis guineensis, Linneu). Foi trazido para o Brasil pelos negros africanos, sem contudo se poder precisar a data exata. O fruto é o fetiche do orixá Ifá nos candomblés da Bahia, desvendando o futuro. O azeite é indispensável na culinária afro-brasileira. Dendê é pitéu, gostosidade, ou coisa boa, apreciável.
"Desgalhar" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) v. Fugir da polícia.
"Distorcer" - v. disfarçar ou retirar-se por qualquer motivo.
Dobrão - s. m. Moeda grande, antiga, de 40 réis, que os capoeiristas usavam para tocar o berimbau. O nome aplicou-se, por extensão, aos seixos arredondados ou às arruelas usados para o mesmo fim.


 
     E
É direito!" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) interj. É destemido!
"Encher" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) v. Dar bordoada.
"Endireitar" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) v. Enfrentar o inimigo.
"Espada" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) Senhora da Lapa. Cada uma das maltas, no Rio de Janeiro, ocupava uma freguesia (bairro) da cidade, província ou território que controlavam e disputavam entre si. Quando se enfrentavam, "bramavam" (gritavam) o nome da província a que pertenciam.


 
     F
Faca-de-ponta - s. f. Instrumento perfuro-cortante, "arma branca" que portavam alguns capoeiristas nos embates de rua.
Frevo - s. m. Dança de rua e de salão, é a grande alucinação do carnaval pernambucano. O passo, que é a movimentação do frevo, é filho da capoeira; como nos conta Edison Carneiro (Cadernos de Folclore, 1971), "a hora final chegou para as maltas do Recife mais ou menos em 1912, coincidindo com o nascimento do frevo, legado da capoeira (melhor diria 'o passo', que é a dança; o frevo é a música que o acompanha). As bandas rivais do Quarto (4o. Batalhão) e da Espanha (Guarda Nacional) desfilavam no carnaval pernambucano protegidas pela agilidade, pela valentia, pelos cacetes e pelas facas dos façanhudos capoeiras que aos saracoteios desafiavam os inimigos: 'Cresceu, caiu, partiu, morreu!' A polícia foi acabando paulatinamente com os moleques de banda de música e com seus líderes, Nicolau do Poço, João de Totó, Jovino dos Coelhos, até neutralizar o maior deles, Nascimento Grande".


 
     G
Gaiamun ou Guaiamun - s. m. Espécie de crustáceo da mesma família dos caranguejos (Cardisona guanhumi, Lattreille). Era a denominação de uma das gangues de capoeiras, conhecidas por "maltas", que infernizavam a vida do Rio de Janeiro no final do século XIX e começo do XX.
Gamelêra - s. f. Coruptela de gameleira, árvore da família das moráceas, pertencente ao gênero ficus. Árvore de grande porte, utilizada para fabricação de canoas, vasos e gamelas.
Gangambá - s. m. Corruptela de mangangá, que deriva de mamangaba ou mamangava. 1. Designa as espécies de insetos himenópteros da família dos bombídeos, que representam as grandes abelhas sociais. Constroem ninho no solo entre touceiras de capim.
Gereba - Nome próprio. Laudelino Freire e Figueiredo trazem-no com a acepção de indivíduo desajeitado e gingão. Na cantiga, segundo Waldeloir Rego, aparece como apelido de tipos populares. "Quando garoto, conheci um desses tipos com o apelido de Gereba, que a meninada sempre importunava, gritando: Gereba!... Quebra Gereba!...
Gunga - s. m. Palavra de origem bunda, designa o berimbau, instrumento musical usado na capoeira.
     I
Idalina - s. f. Nome próprio personativo. De Idalia, "nome de uma cidade da ilha de Chipre, onde havia um templo de Vênus, pelo que os nossos poetas dizem freqüentemente Vênus Idalia. Nos Lusíadas, IX, 25: Idalios amantes".
Iê! - Interj. Corruptela de ê! Seu uso é exclusivo nas canções de capoeira. É como o mestre de Capoeira chama para si a atenção de todos.
Ilha de Maré - s. f. Nome de uma ilha pertencente ao Estado da Bahia.
Imbora - adv. Corruptela de embora, que por sua vez deriva da locução em boa hora, que Leite de Vasconcelos acha que não é outra coisa senão resquício da superstição antiqüíssima das horas boas e más, a qual ainda hoje existe no Brasil. Embora, além de funcionar como advérbio, funciona também como conjunção, interjeição e substantivo - como sinônimo de parabéns, felicitações. O oposto a embora (em boa hora), dentro do ponto de vista das superstições, é em hora má, usadíssimo na língua antiga, especialmente em Gil Vicente, sob as variantes eramá, eremá, aramá, ieramá, earamá, e muitieramá.
Itabaianinha - Nome de uma cidade do Estado de Sergipe. Diminutivo de Itabaiana,
Iúna - s. f. Corruptela de inhuma ou anhuma. [Do tupi ña 'um, 'ave preta', com aglutinação do artigo] 1. Ave anseriforme, da família dos anhimídeos (Anhuma cornuta). Mestre Maneca Brandão ("O Canto da Iúna - A Saga de um Capoeira", Itabuna/BA, 1ª ed.) acrescenta: "símbolo da sagacidade e da matreirice", (...) a ave existe realmente e habita os brejos, charcos, lagoas, etc. O termo "Iúna" é uma corruptela de seu verdadeiro nome: Inhuma ou Anhuma. Ela tem o porte de um peru, com pernas longas e pés de dedos grandes, com dois esporões carpianos em cada asa, além de um longo espinho córneo no alto da cabeça. Sua plumagem é bruno enegrecida e negra. [Sin.: alicorne, anhima, cametau, cauintã, cavitantau, cauintau, inhaúma, inhuma, licorne, unicorne, unicórnio.] 2. Nome dado a um toque de berimbau, muito melodioso, usado no jogo da capoeira. Toque criado por Mestre Bimba, para jogo rasteiro, ligado e com balões, usado somente por mestres de Capoeira.


 
     L
Lemba - s. m. Corruptela do daomeano Elegba, o mesmo que Elegbará, um dos designativos de deus nagô Exu. Os jejes (negros do Daomé) foram quase absorvidos pelos nagôs, especialmente no domínio religioso e social na Bahia. Um dos orixás jejes que resistiu e deixa ainda ser visível é Legba, Elegbará, o senhor Leba, o homem das encruzilhadas, e alguns vestígios do culto ofídico, a veneração à serpente, base litúrgica do Vodu nas Antilhas são encontrados, embora em condições apenas perceptíveis.
Licuri - s. m. Palmeira silvestre que possui pequenos cocos. (Cocos coconata, Mart.) Teodoro Sampaio diz ser a planta comuníssima, nas regiões secas do norte do Brasil, mas com a denominaçào mais freqüente de ouricury, que ele deriva de airi-curii, o cacho amiudado, e dá as variantes uricuri, aricuri, licuri, nicury, iriricury e mucury.
Loiá. - Contração de lá oiá, corruptela de lá olhar.
Luanda. - s. f. Nome de uma cidade africana e capital de Angola. Uma das principais cidades de onde partiam os navios negreiros com destino ao Brasil. Anteriormente, o nome da capital era somente São Paulo da Assunção, dado pelos portugueses. Mais tarde, substituíram da Assunção por de Luanda, ficando São Paulo de Luanda, ou simplesmente Luanda, como é mais conhecida em nossos dias. Luanda, segundo Cannecattin, quer dizer tributo.


 
     M
Maitá. - Parece ser corruptela de Humaitá, com síncope da sílaba inicial. Em face dos episódios da guerra do Brasil com o Paraguai, justamente na época em que os capoeiras começavam a chegar ao auge em suas atividades, as cantigas se referem sempre a Humaitá, daí poder-se admitir a hipótese acima.
Malta. - s. f. Gangues ou hordas de capoeiras que infestavam e infernizavam as ruas da cidade do Rio de Janeiro, no final do século XIX e começo do século XX, mancomunadas com a prostituição.
Malungo. - s. m. Companheiro, camarada; da mesma condição. Etim.: os negros chamavam malungos aos companheiros de bordo ou viagem, generalizando-se depois no Brasil o epíteto; provém do locativo conguês m'alungu, contração de mualungu, no barco, no navio (Jacques Raimundo, O Elemento Afro-Negro na Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, 1933). ...
Mandacaru. - s. m. Planta da família das cactáceas. Derivam-na de mandacaru, o feixe ou molho pungente.
Mandinga. - Feitiço, despacho, mau-olhado, ebó. Os negros mandingas eram tidos como feitceiros incorrigíveis. Os mandingas ou malinkes, dos vales do Senegal e do Níger, foram guerreiros conquistadores, tornados muçulmanos. "Este povo, a que os negros chamavam mandinga, os espanhóis mandimença e masmol, maniinga (do radical mani ou mali, o hipopótamo, visto que eram povos totêmicos, e a terminação nke, povo), tinha uma índole guereira e cruel. Não obstante a influência maometana, eram considerados grandes mágicos e feiticeiros, e daí o termo mandinga, no sentido de mágica, coisa-feita, despacho, que os negros divulgaram no Brasil" (Artur Ramos, Culturas Negras no Novo Mundo, citado em Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore Brasileiro).
Mandinguêro. ou Mandiguêro. - adj. Corruptela de mandingueiro. Na capoeira, designa o capoeirista ladino, maneiroso, cheio de negaças, truques,disfarces e ardis.
Mangangá. - O mesmo que gangambá.
Maracangalha. - s. f. Nome próprio designativo de um lugarejo no Estado da Bahia. Famoso no mundo da capoeira, graças às façanhas do temível capoeirista Besouro, que lá morreu, assassinado com um golpe de faca de tucum. A origem do nome ainda é desconhecida. Os habitantes do local dão a seguinte explicação: "Em época remota, que ninguém sabe precisar, mas que deve ter aí seus 200 anos, nos primórdios dos antigos engenhos, bandos de ciganos acampavam ali, constantemente, em suas andanças pelo sertão. Ao prepararem os animais para as viagens, gritavam uns para os outros: 'Amarra a cangalha'. Os pretos escravos pegaram a coisa e passaram a repetir a palavra deturpada, para zombar dos ciganos. Com o passar dos tempos, o uso se arraigou e Maracangalha entrou para a geografia do Brasil".
Maracatu. - s. m. Grupo carnavalesco pernambucano, com pequena orquestra de percussão, tambores, chocalhos, gonguê (agogô dos candomblés baianos e das macumbas cariocas), que percorre as ruas, cantando e dançando sem coreografia especial. Respondem em coro ao tirador de loas, solista. Composto em sua maioria de negros. É visível vestígio dos séquitos negros que acompanhavam os reis de congos, eleitos pelos escravos, para a coroação nas igrejas e posterior batuque no adro, homenageando a padroeira ou Nossa Senhora do Rosário. Perdida a tradição sagrada, o grupo convergiu para o carnaval, conservando elementos distintos de qualquer outro cordão na espécie.
Muleque - [Do quimb. mu'leke, menino] s. m. Corruptela de moleque. 1. Negrinho. 2. Indivíduo sem palavra, ou sem gravidade. 3. Canalha, patife, velhaco. 4. Bras. Menino de pouca idade. 5. Engraçado, pilhérico, trocista, jocoso. [Fem.: moleca.]
Munganga - s. f. (Var. de moganga,termo de origem africana) 1. Caretas, trejeitos, esgares, momices; mogiganga. 2. Carícias, lábias.


 
     N
Nagô - adj. Nome que se dá ao iorubano ou a todo negro da Costa dos Escravos que falava ou entendia o ioruba. Migeod (The Langs, of West Afri. II, 360) assinala que nagô é nome dado, no Daomé, pelos franceses ao iorubano: do efé anagó. Tem o feminino nagoa. Abundantemente exportados para o Brasil, os nagôs tiveram prestigiosa influência social e religiosa entre o povo mestiço, conservando, com os processos de aculturação, seus mitos e tradições sacras. Localizados em maior porção na Bahia, foram estudados, nos seus descendentes e projeção etnográfica e folclórica, por Nina Rodrigues, Manuel Querino, Artur Ramos, Édison Carneiro, etc. É o grupo negro mais conhecido em seu complexo social vivo. A persistência nagô determina o candomblé, macumba, catimbó, xangôs, sinônimo do primeiro vocábulo, reunião do seu cerimonial. Os sacerdotes, babalaôs, babas, babalorixás, o auxiliar axogum, pai, mãe, filha-de-santo, o ebó (feitiço), instrumentos musicais (tambores, agogô, aguê, adjá, afofiê), os contos da tartaruga, awon, a culinária que se tornou clássica na Bahia, com o vatapá, acaçá, abobó, acarajé, abará, o santuário peji, os orixás Obatalá (Orixalá ou Oxalá), Exu, Ogum, Oxumaré, Oxóssi, Omolu, Ibeiji, Ifá, Anambucuru, Iroco, Iansã, os todo-poderosos Xangô e Iemanjá, são elementos fixadores dessa prestigiosa presença na antropologia cultural.
Nagoa - s.m. Designação de uma das gangues de capoeiras, conhecidas por "maltas", que infernizavam a vida do Rio de Janeiro no final do século XIX e começo do XX.
Negaça - s. f. No jogo de capoeira, o ato de "negar o corpo", bambolear pra lá e pra cá, ameaçar o movimento e negá-lo; usada para confundir o oponente.
Nêgo - s. m. Corruptela de negro, que deriva do latim nigru, preto, negro. Designa a cor preta e o homem portador deste pigmento.
Nhem, nhem, nhem - Voz onomatopaica, representativa do choro de criança.


 
     O
Ói - v. Corruptela de olhe, do verbo olhar. ...
Ôi! - Interj. Bras. Exprime espanto, chamamento, resposta ao apelo do nome, saudação jovial ao encontrar outrem, e indica, ainda, que não se ouviu bem o que foi dito ou perguntado (Aurélio).
Orubu - s. m. Corruptela de urubu (Cathartes pepa, Linneu). Designação comum às aves catartidiformes, da família dos catartídios, de cabeça pelada, que se alimentam de carne em decomposição.


 
     P
Paraná - [Do tupi paraná, de pará = mar e ná = semelhante, logo semelhante ao mar.] s. m. Bras., Amaz. 1. Braço de rio caudaloso, separado deste por uma ilha. 2. Canal que liga dois rios. 3. Nome próprio designativo de um Estado da federação brasileira.
Patuá - s. m. Batista Caetano deriva de patigua, contraído em patuá de patauá, designando o cesto que as mulheres traziam às costas, amarrado à cabeça, com os pertences da rede. Simão de Vasconcelos, falando do estado de miséria em que viviam os índios, ao comentar o seu enxoval diz que "vem a ser uma rêde, um potiguá (que é como caixa de palhas) para guardar pouco mais que a rêde, cabaço, e cuya: o pote, que chamam igacaba, para os seus vinhos: o cabaço para suas farinhas, mantimentos, seu ordinario: a cuya para beber por ella: e o cão para descobridor das feras quando vão caçar. Estes somente vem a ser seus bens moveis, e estes levam consigo aonde quer que vão: e todos a mulher leva às costas, que o marido só leva o arco". Por analogia, patuá hoje em dia passou a designar um pequeno saquinho contendo axé (coisas de alto poder mágico) e que, conforme o preceito, quem o carrega, tem que usá-lo em contato com o corpo.
Pindombê - s. f. Contração de Pindomba mais a interjeição ê! Pindomba é corruptela de pindoba, espécie de palmeira (Palma Altalea compta, Mart.), muito alta e grossa, que dá flor como as tamareiras e o fruto em cachos grandes como os coqueiros, "cada um dos quais é tamanho que não pode um negro mais fazer que leva-lo às costas". (Gabriel Soar)


 
     Q
Quilombo - s. f. [Do quimb. kilombo, capital, povoação, união.] s. m. Bras. 1. Valhacouto de escravos fugidos. 2. Folguedo, praticado no interior de AL durante o Natal, em que dois grupos numerosos, figurando negros fugidos e índios, vestidos a caráter e armados de compridas espadas e terçados, lutam pela posse da rainha índia, acabando a função pela derrota dos negros, vendidos aos espectadores como escravos; Quilombo dos Palmares. Quilombo (1) constituído de negros fugidos, os quais, no século XVII, se estabeleceram na Serra da Barriga, no interior de AL, formando uma república.


 
     R
Raspa - s. f. Assim designavam os batuqueiros a rasteira, golpe desequilibrante muito conhecido na capoeira.
Roupa de ver Jesus - s.f. A roupa de ir à missa; terno branco com que os capoeiristas de antigamente iam às rodas na Bahia, e que, no final, permanecia limpo, atestando a competência do jogador.


 
     S
Sabiá - s. m. Espécie de pássaro canoro (turdus rufiventris, Lichtst.) "Criam-se em arvores baixas em ninhos outros passaros, a que o gentio chama sabiá poca, que são todos aleonados muito formosos, os quaes cantam muito bem" (Gabriel Soares de Souza, 1587).
"Sarandaje" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) s. f. miuçalha, pequenos capoeiras.
Saroba - s.2 gên.O mesmo que sarandaje. O capoeira que sabe apenas alguns rudimentos, e joga feio, com movimentação desfigurada.
"Senhora da cadeira" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) Um dos nomes de província que os capoeiristas das maltas gritavam em seus embates. Corresponde a Santana.
"Senhora da palma" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) Um dos nomes de província que os capoeiristas das maltas gritavam em seus embates. Corresponde a Santa Rita.
Sinhá - s. f. Corruptela de senhora. Ver verbete Sinhô.
Sinhô - s. m. Corruptela de senhor. Do latim seniore, mais velho. Na linguagem popular, senhor como pronome de tratamento foi adulterado em sinhô, assim como senhora em sinhá, ao lado de outra forma simplificada, seu, derivado de sinhô, e sá, derivado de sinhá. Os vocábulos sinhô e sinhá possuem os diminutivos yoyô para o primeiro e yayá para o segundo.


 
     T
- v. Corruptela de está, do verbo estar. Deriva do latim stare, estar de pé.
Trivissia - s. f. Corruptela de travessia, ato ou efeito de atravessar uma região, um continente, um mar, etc. Vento de travessia é termo náutico, designativo do vento de través, isto é, contrário à rota que segue um navio.
Tumbeiro - s. m. Designa o navio negreiro, com alusão aos horrores pelos quais passavam os negros escravizados no bojo dessas embarcações; muitos morriam - de fome, sede, ferimentos e doenças - e eram lançados ao mar.


 
     U
Urucungo - [Do quimb. ri'kugu = cova; existe nele um buraco.]s. m. Um dos nomes pelos quais é conhecido o berimbau.]


 
     V
Vadiação - s. f. Ato ou efeito de vadiar; vadiagem. Designa o jogo da capoeira.
"Velho Cansado" - (gíria antiga, transcritaem 1886 por Plácido de Abreu) Um dos nomes de província que os capoeiristas das maltas gritavam em seus embates. Corresponde a São Francisco.
"Velho Carpinteiro" - (gíria antiga, transcrita em 1886 por Plácido de Abreu) Um dos nomes de província que os capoeiristas das maltas gritavam em seus embates. Corresponde a São José.


 
     Y
Yayá - s. f. Diminutivo de sinhá, corruptela de senhora. Ver o verbete sinhô.
Yoyô - s. m. Diminutivo de sinhô, corruptela de senhor. Ver o verbete sinhô.


 
     Z
Zóio - Assimilação dos final do artigo plural os ao substantivo óio, corruptela de olho. Portanto, a expressão os olhos passou, na língua popular, para o zóio.

Esse arigo foi retirado do site: http://www.capoeira-gospel-shalon.com.br/
Alguns Golpes de Capoeira


Todo e qualquer golpe de Capoeira tem início e fim na ginga:



Os golpes de capoeira podem ser divididos em golpes de linha e golpes rodados, entretanto também podem ser divididos em golpes traumatizantes e desequilibrantes. Lembrando que os nomes dos golpes podem se alterar de região para região. Um mesmo golpe pode ter outro nome em outro lugar, ou um mesmo nome pode significar um golpe em um lugar e outro golpe diferente em outro lugar/região.

Golpes Traumatizantes

Os golpes traumatizantes são golpes ofensivos, golpes que podem causar danos ao adversário. Apesar de a maioria das vezes, em rodas ou treinamento o dano não é desejado, então o golpe fica apenas para incentivar a esquiva do adversário.
  • Armada: também conhecida por meia-lua de costas, a armada aplica-se estando em pé. Através de um movimento de rotação, um pé fica firme ao chão enquanto o outro sobe varrendo a horizontal atingindo o adversário com a parte externa do pé.
  • Chapa: também conhecida como chapa de chão. Coice aplicado com uma das pernas estando em posição de rolê (com as duas mãos e pés ao chão, com o corpo virado para o chão e as costas para cima).
  • Chibata: estando na posição de início ou término do aú, o aplicante bate com o pé que está no alto batendo com o peito do pé e girando para voltar à base de ginga.
  • Corta Eucalipto: golpe caracterizado pela neocapoeira como o mais potente. Aproxima-se do oponente, vira-se tronco e braços e salta, quando está no ar contrai as pernas como uma tezoura a ser usada na perna ou na cabeça do adversário.
  • Cotovelada: golpe com o cotovelo em qualquer parte do corpo do adversário.
  • Escorão: também conhecido como pisão, chapa, ou chapa de frente. Aplica-se em pé distendendo a perna de trás em movimento de coice acertando o adversário com a planta do pé. Este golpe pode visar empurrar (derrubando) o adversário o traumatizá-lo.
  • Esporão: também conhecido como chapa rodada ou chapa de costas. Aplica-se o escorão, porém a perna de trás passa por trás do aplicante em um movimento de giro semelhante à armada.
  • Forquilha: é a ação de introduzir um ou mais dedos nos olhos do adversário.
  • Escala de mão: golpe semelhante ao soco, aplica-se com a mão aberta e os dedos encolhidos utilizando a base da mão. Estando a palma da mão voltada para o adversário. Normalmente é aplicado contra a face do adversário.
  • Galopante: aplica-se uma mão em forma de concha contra o ouvido do adversário.
  • Gancho: estando em pé, a perna de traz sobe junto com um giro do tronco invertendo o lado do golpe fazendo com que o chute seja dado com o calcanhar ou a planta do pé no rosto do adversario
  • Martelo: estando em pé, a perna de trás sobe lateralmente, flexionada depois estende-se para atingir o adversário. Também pode ser aplicado com uma mão apoiando-se no chão, onde a mão que vai ao chão é a oposta à perna que aplica o golpe.
  • Meia-lua de compasso: também conhecida por rabo-de-arraia, sendo a meia-lua de compasso uma variação do golpe rabo-de-arraia que vem da capoeira angola. Ficando de lado, agacha-se sobre a perna da frente, estendendo a perna de trás. Faz-se um movimento de rotação varrendo a horizontal com a perna de trás esticada, apoiando-se na perna da frente, terminando em posição de ginga. O corpo do aplicante fica rente à perna da frente sobre a qual ele está agachado. O aplicante pode colocar as duas mãos ao chão para aumentar a sua segurança, ou apenas uma ou nenhuma mão.
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  • Meia-lua de frente: estando com as pernas lado a lado, lança-se uma das mesmas estica varrendo a horizontal em um movimento de rotação fazendo a trajetória de uma meia-lua. Acerta-se o adversário com a parte interna do pé.
  • Ponteira: golpe que atinge o adversário com a perna de trás utilizando a parte debaixo dos dedos, na planta do pé, semelhante ao bicão/bicuda do futebol. Normalmente, mira-se a região abdominal do adversário.
  • Queixada: também conhecida como queixada de costas. Aplica-se em pé, estando em base de uma perna e estendendo a outra contra o oponente em forma de giro, de dentro para fora. A parte que atinge o adversário é a parte lateral externa do pé.
  • Rabo-de-arraia: golpe semelhante à meia-lua de compasso, porém no estilo da capoeira angola. Tecnicamente são o mesmo golpe, sendo um uma variação do outro.
  • Rabo-de-arraia: salto mortal para frente, onde um ou os dois pés visam atingir o adversário com o(s) calcanhar(es). Também podem ser aplicado apoiando as mãos no chão.
  • Vôo do morcego: dá um salto e estende-se uma ou as duas pernas visando atingir o adversário. Este golpe também é popularmente conhecido como “voadora”.

 Golpes Desequilibrantes

  • Abertura: também conhecido como escala de pé. O aplicante coloca suas duas pernas entre as pernas do adversário e abre-as e puxa-as forçando a abertura excessiva das pernas do adversário desequilibrando-o.
  • Arrastão da negativa: estando em posição de negativa, coloca-se a perna estendida atrás de uma das pernas do adversário e aplica-se um puxão, visando derrubá-lo.
  • Banda: estando em pé, aplica-se uma rasteira com a perna semi-flexionada. Também conhecida popularmente como “pé-de-rodo”.
  • Banda de costas: também conhecida como banda trançada. Estando em pé, coloca-se uma das pernas atrás de uma das pernas do adversário, então puxa a perna podendo empurrar o adversário para frente com o corpo ou braço.
  • Bênção: estando em base de ginga, atinge-se o adversário com perna de trás, usando a planta dos pés. Assim, o aplicante empurra o adversário.
  • Boca de calça: puxam-se as duas pernas do adversário com as mãos, podendo ajudar com uma cabeçada.
  • Cabeçada: ato de empurrar o adversário com a cabeça. Também pode ser usado como golpe traumatizante, acertando com força o abdômen ou outra parte do corpo do adversário.
  • Crucifixo: ao receber um golpe de perna alta, o aplicante aproxima-se do adversário, colocando a perna do adversário sobre seu ombro. Assim, o aplicante levanta ainda mais a perna do adversário desequilibrando-o. Normalmente aplicado contra golpes giratórios altos como a armada ou contra o martelo.
  • Gancho: puxa a perna do adversário, por trás, usando a própria perna em forma de gancho. O aplicante pode estar em pé, ou apoiado em uma das mãos.
  • Rasteira de mão: puxa-se a perna de apoio do adversário quando este está aplicando um golpe (normalmente, golpe de giro alto) usando as mãos. Golpe utilizado em raríssimas oportunidades.
  • Rasteira: passa a perna rente ao chão em um movimento circular ou semicircular puxando a perna do adversário desequilibrando-o. Pode ser aplicada estando em pé ou abaixado.
  • Tesoura: envolve o adversário com as pernas e depois gira o corpo para desequilibrá-lo. A mesma pode ser aplicada no chão por trás ou pela frente. Também pode ser aplicada no alto, salta-se antes de aplicar a mesma, que também pode ser pela frente ou por trás.
  • Tombo da ladeira: golpe que visa derrubar o adversário quando ele aplica um golpe com salto ou faz acrobacias. Pode ser através de um escorão, puxão no pé etc.
  • Vingativa: aproxima-se rapidamente do adversário (normalmente logo após um golpe), coloca-se lado a lado com ele e com uma das pernas atrás servindo de apoio e aplica-se um empurrão com o cotovelo, costas, ou cabeça para trás. A perna que fica por trás do adversário é a que estiver lado a lado com a perna do oponente.
Ess artigo foi retirado do site: http://www.wikpedia.com.br/